3a_ De Orta para a Arte, retratos de cheiros e sabores!

Naquele dia falávamos de Arte e retratos. Qual a sua importância neste tempo tão cheio de imagens?
-Os pintores agora não pintam exactamente a realidade. Pintam as coisas de maneira diferente e até ficam giras...- comentou o Manuel.
-Agora já há fotografias onde fica tudo igual e por isso os pintores pintam diferente- acrescenta o Tiago.
E o que nos dizem os retratos sobre a pessoa retratada?
Mário Soares (1991),Júlio Pomar
-Está a discursar!- disse a Filipa.
-É um político e os políticos falam muito. Parece que está a dizer: vamos acabar com o défice!- disse a Laura e exemplificou com as mãos...

Mas... podemos retratar uma pessoa sem a termos à nossa frente?
D.Sebastião-Rei (1985), José de Guimarães
-Aquele é o rei em vida e este, branco ,cheio de esqueletos, é o rei morto- disse o Carlos.
-Tem uma cobra no peito e outra a fazer de espada, é a morte- interpreta o Daniel
-E porque foi a morte deste rei tão importante?
-Porque perdemos a independência...

E como podemos retratar o médico Garcia de Orta? Como podemos transmitir quem foi?
Fomos experimentar.Por momentos fechámos os olhos para o vermos melhor.Onde o encontramos? Ainda novo, na sua terra natal? Já grisalho, por entre a folhagem do seu jardim indiano? E se o retratassemos com as plantas medicinais que estudou e descreveu no seu livro?
Então, lápis de carvão avançaram decididos sobre as folhas brancas.

Depois chegaram os pincéis de cheiros: peles de gengibre, cabelos morenos de canela ou loiros de açafrão...Grãos de pimenta e cravo a disputar as barbas...




Naquele dia, viajámos pelos cheiros e sabores da Índia que, há 5 séculos atrás, Garcia d'Orta trouxe até nós e nos são hoje tão familiares. Hummm...e qual terá sido o retrato mais cheiroso que colámos n"O Meu Museu"?


Susana

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